sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

034 - 2a. Parte - Construindo uma cidade - O caminho...


Minhas queridas leitoras (es),

Primeiro quero agradecer e retribuir a todas (os) vocês, os votos de boas festas e de boas entradas nesse novo ano que já nos espreita...

Que seja um novo ano com muita paz, tranqüilidade, saúde amor e alegria. Estes são os meus votos para todo o ser vivente deste imenso e belo planeta a que chamamos de Terra...

....................

Em "breve" responderei a todos os cometários efetuados...

...................



Eu sei... Desta vez pareceu mesmo que vos tinha abandonado, mas a realidade é um pouco diferente...

Não vou tentar me desculpar, pois vocês já conhecem todas as minhas desculpas (esfarrapadas é claro)... rss...

Mas, pelo menos vou me tentar justificar...

Este projeto tomou grandes proporções na minha vida e atualmente estou dedicando todos os meus esforços em torná-lo realidade...

Eu já expliquei mais ao menos, numa resposta que dei a uma de nossas leitoras, mas vou tentar explicar-vos melhor...

Afinal como fazer uma cidade?...

Esta era a questão para a qual eu tinha que encontrar uma resposta...

Eu sei que parece coisa de doido (e muito provavelmente será... rss...), mas essas pequenas coisas nunca me impediram de continuar o meu caminho...

Para mim nada é demasiado pequeno ou grande demais...

A grande questão é, e sempre será, encontrar o caminho, a solução, depois é só percorrê-lo...

Eu não estou dizendo que mesmo assim será um caminho fácil, mas será um caminho com direção, com principio, meio e fim...

Bem, mas a questão permanece... Como fazer uma cidade?...

Os emirados Árabes pegaram em 22 bilhões de dólares e estão construindo uma...

Pormenor... Eu não tenho 22 bilhões de dólares...

Tudo bem, só faltam os tais dos “bilhões”, já que os vinte e dois dólares ainda dá para arranjar... rss...

Então como resolver?...

Para tornar a coisa mais interessante, (ou maluca, como preferirem...), como se o desafio não fosse suficientemente grande, meti na minha cabeça, que não usaria o meu dinheiro, só o mínimo necessário, e estabeleci como meta um investimento máximo de dez mil reais...

Agora a pergunta é:

Como fazer uma cidade com dez mil reais?

Impossível... Será a resposta obvia...

Eu penso um pouco diferente...

Considero que o ser humano monetariza demasiado a vida e deixa de ver o que realmente importa – as idéias...

Se a idéia for realmente boa, com certeza sempre haverá pessoas dispostas a investir...

Então, o importante mesmo não é necessariamente o dinheiro, mas sim idéias credíveis...

Tudo bem, até aqui fui bem, mas será que há alguém pronto para investir numa cidade, e ainda por cima numa cidade verde?...

Com certeza, que sim, mas teria que ser um projeto a nível governamental e iria encontrar muitos adeptos...

Um esforço conjunto de todas as universidades, promovendo e desenvolvendo idéias, seria fantástico...

Se levado a sério e com honestidade...

Mas todos nós sabemos, a política neste país (e suponho que em todos os outros), não é tão séria e honesta o quanto gostaríamos que fosse e portanto esse caminho está totalmente fora de cogitação...

Bem, se o caminho certo e lógico está vedado, quais as alternativas que temos?...

Essa coisa de verde é muito bonita, mas não dá dinheiro a ninguém, aliás, todo o mundo diz, que é muito caro e por isso não podemos sequer pensar nisso...

Atualmente, mesmo sendo um assunto quase do dia a dia, ainda é visto como um movimento de gente “meio fresca”, que quer aparecer ou estar na moda, quais profetas apocalípticos, mas nada muito sério, pois com certeza que se fosse assim tão sério os governos já estariam tomando as devidas precauções...

Mesmo que algumas das profecias já façam parte do nosso quotidiano:

- Elevação da temperatura na terra com conseqüências desastrosas nas enchentes, secas, tempestades e tufões...

- “Tsunami” passou a fazer parte do nosso vocabulário depois da virada do século...

- Apagões, já viraram rotina...

- Elevação dos preços dos combustíveis para patamares nunca previstos...

- Recessão e depressão nas maiores economias do mundo (USA e UE)...

Parece que não são ainda o suficiente para uma tomada de consciência global e prioritária...

E o pior, é que ameaça parar com a chamada roda da vida (econômica é claro), ao afirmar que temos de parar com o consumo desenfreado...

O consumo leva a produção e esta leva ao emprego, e sem emprego ninguém vive...

Esta é a roda da vida da nossa civilização e que se continuar assim rodando nos irá atropelar e com certeza nos levará à morte...

Quando ela pára entramos em recessão e quando ela dá marcha a ré é a chamada depressão...

A grande diferença é que esta depressão não tem “prozac” que dê jeito...

Como ela é totalmente insustentável, gerando um desperdício anual de 730 milhões de toneladas de lixo e deglutindo trilhões de litros combustíveis fosseis diariamente e finitos (tic... tac... 2059), sabemos que o fim se aproxima, mas como está a quinze ou vinte anos de distancia, o ser humano não consegue visualizá-lo como real ameaça, e continua aguardando um milagre tecnológico que nos salve do precipício que alguns insistem afirmar que se avizinha.

Como vêm os ventos não estão soprando muito a nosso favor, mas (e este “mas” é muito importante...) se conseguirmos dar a volta à questão, encontrar um foco importante, talvez haja uma pequena luz no fim nesse imenso e obscuro túnel...

Muitos de vocês estão-se perguntando:

- Mas terá alguma coisa mais importante que o fim da raça humana?...

Tem sim, por incrível que pareça...

Se perguntarmos a todo o mundo se quer investir em algo que pode ajudar o futuro da sobrevivência da raça humana, ou ganhar um dinheirinho agora, elas não hesitam e logo perguntam:

- Mas afinal como eu posso ganhar essa graninha extra?...

O caminho é esse...

É só transformar o verde em dinheiro, que todo o mundo vai querer...

A velha ganância continua emanando o seu chame, o seu canto das sereias...

Então é só transformar a cidade num negócio rentável que tudo se resolve?...

Mais ao menos, não é assim tão fácil...

Já encontramos o caminho, agora falta encontrar o “como” trilhá-lo...

Por melhor que seja o negócio de se construir uma cidade, os riscos são imensos, então temos que os reduzir...

Negócios com risco zero não existem, mas com baixo risco existem muitos...

Pensemos...

Para se construir uma cidade, teremos que construir edifícios e ruas...

Maior parte desses edifícios serão residenciais é claro...

Então estamos falando de casas ou apartamentos...

Como a construção civil é uma atividade econômica que dá lucro, está quase tudo resolvido...

O quase, aparece aí, porque uma coisa é construir uma casa normal e outra é construir uma casa sustentável...

Mas será que existe mercado para as casas sustentáveis?...

Com certeza que sim, desde que não sejam muito mais caras e funcionem bem...

Um dos problemas sérios de muita das soluções sustentáveis, verdes ou ecologicamente corretas, é que maior parte delas ou não são práticas ou não existem infra-estruturas funcionando de forma a torná-las viáveis...

Eu vou-vos dar dois exemplos:

Coleta seletiva do lixo...

Será que alguém acha prático o convívio com 2, 3, 5 ou mais caixotes do lixo diferentes em casa?...

E como se isso não bastasse, anda temos o problema do transporte desse mesmo lixo separadamente e o seu armazenamento...

Engarrafar o óleo usado é uma tarefa plausível, mas tem alguém o recolhendo?...

Ou esperam que a dona de casa após um dia de trabalho exaustivo e depois de:
- Pegar as crianças correndo na escola, fazer de jantar, lavar a louça, dar banho nas crianças, pôr a roupa para lavar, passar a ferro enquanto vê a tele-novela, dar um jeitinho na casa...

Ainda vá ferver soda caustica (que por acaso só emite vapores tóxicos) para transformar o óleo usado em sabão?
..................

Quando analisada desta forma, que é a forma correta, é a realidade da vida, com certeza que o tal verde, logo vira vermelho de raiva...

...............

Então temos que fazer primeiro uma casa modelo, onde testaremos todas as propostas sustentáveis para depois a transformarmos numa proposta comercial rentável...

Custo aproximado: 300 mil reais...

Como este valor se situa um “pouco” acima do meu orçamento previsto, comecei a pensar em formas de angariar esse montante...

Um outro aspecto que temos que resolver, é a questão do tempo...

Para construir uma cidade de 50 mil habitantes, pelos meios normais existentes seriam necessárias milhares de pessoas e muito tempo...

Então se conseguíssemos resolver alguns dos problemas que assolam a construção civil aqui no Brasil, com certeza que aumentaria muito as chances de tornar viável o nosso projeto.

Esse assunto já fazia parte dos meus pensamentos e eu já tinha identificado um dos maiores problemas da nossa construção civil, só necessitava de tornar as minhas idéias numa experiência prática...

Após ter resolvido o principal problema, todos os outros foram resolvidos de forma simples e usando os recursos já existentes no mercado...

Mas uma coisa interessante aconteceu...

Quando os dados começaram a surgir, reparei que conseguiria construir uma casa (50m2) em um mês e que mesmo não poupando em mais nada, a redução de mão de obra em conjunto com o retorno do capital, transforma esta atividade muito rentável e ao alcance de quase qualquer um...

Eu explico melhor:

Mesmo que a casa custasse tanto quanto qualquer outra, só a redução de tempo já a transformaria num excelente negócio, vejamos:

Uma casa demora a construir, de 6 a 12 meses...

Então se a vendermos por 100mil e tivermos um lucro bruto de 20%, ganhamos 20mil reais nesse período, ou seja de 1.700 a 3.300 reais por mês...

Mas se ela demorar a construir só um mês, ganhamos os 20mil reais num mês...

Viram a diferença?...

Se a isto somarmos, sem lixo e sem desperdício, logo vemos que encontramos algo de grande valia financeira...

É claro que a redução drástica na mão de obra também acaba influindo bastante no preço final, mesmo tendo-se lançando mão de algumas técnicas e materiais um pouco mais dispendiosos...

O próximo passo foi patentear a idéia...

Depois disso iniciei as experiências para realizar o meu invento e as coisas começaram a ficar meio complicadas...

Quando vi que o processo ia ficar muito dispendioso, procurei outro caminho e obtive o que necessitava...

É claro que o processo acabou consumindo bastante tempo e gastando um pouco de dinheiro...

Mas sobrevivi... Fantástico...

Iniciei a fase de publicidade... rss...

Fiz alguns filmes e um montão de planilhas e então liguei para um grande amigo de longa data...

Acordamos construir então uma casinha para testarmos os princípios e vermos se no fim, as coisas correspondem minimamente com o previsto...

Ele acabou trazendo outro amigo que por sorte é advogado e está me ajudando tratando de toda a papelada...

Eles então estão investindo e eu fazendo todo o resto...

Eu não disse que se a idéia fosse boa o investimento logo apareceria?...

Mas (eu sei que os meus “mas” são terríveis às vezes...) nem tudo são flores...

O método construtivo, embora com base em materiais tradicionais, obriga a um projeto executivo super minucioso e de excelente qualidade...

Mas afinal o que muda? Qual a grande idéia...

Nada demais, aliás não trás nada de novo...

Trata-se da industrialização da construção civil...

Mas isso já não existe?...

Existe sim, mas só no nome...

Com exceção de alguns métodos construtivos existentes no Brasil, o grosso da indústria da construção civil de indústria não tem nada...

Ela continua sendo totalmente artesanal, por isso não existem certezas, nem prazos... É tudo na base do mais ao menos, do talvez e do “não se preocupe que sai na massa”...

Aquela crônica bem humorada que fiz é muito real...

Mas então como industrializar a construção civil?...

E se, tal como acontece com a indústria automobilística, em vez de construirmos passássemos a montar?...

Imaginem a montagem de um kit – um kit casa... Eu já vos havia falado que seria um puzzel (quebra cabeças) – só que este é bem grande, tem cerca de sete mil peças e todas terão que encaixar perfeitamente...

Assim dito fica bem fácil, mas...

Todas as rosas têm os seus espinhos...

O projeto é bem sensível a mudanças...

A última, o fabricante do bloco não conseguiu cumprir com uma das especificações acordadas, ele disse que era só um milímetro em cada meio bloco, ou dois no bloco inteiro...

Realmente uma insignificância, mas esse milimetrizinho somado em quarenta meios blocos dão quarenta milímetros, ou seja quatro centímetros...

Conclusão, as medidas dos canos, fios, conduítes, inclinação do telhado, etc., foi tudo para as cucuias, e tive que refazer todo o projeto...

O projeto do telhado já foi feito e refeito várias vezes vou ter que o rever pela última vez, pois só agora encontrei o fabricante...

E é no meio desta loucura que eu me encontro...

Acesso todos os dias ao nosso blog e fico doido para vos escrever, mas está difícil mesmo...

Já cheguei inclusive a escrever duas resenhas, mas não ficaram muito boas devido ao meu grau de comprometimento para com o projeto...

A responsabilidade é muito grande...

Na minha conturbada cabeça, o futuro da nossa cidade verde depende muito dessa experiência...

Mas a realidade é que eu me cobro demais, sou terrivelmente perfeccionista e é claro, o estresse acaba aparecendo...

Hoje acordei às quatro horas da madrugada para fazer um trabalho para um cliente e comecei a escrever, pois o Natal está aí na porta e eu não podia deixar de o fazer, mas por volta das onze horas acabei adormecendo pois o cansaço se fez sentir... Uma hora depois fui acordado pelo cliente me cobrando o trabalho e para me desejar boas festas...

Vida de português sonhador não é fácil... rss...

Para ajudar a festa, vou viajar durante a primeira semana de janeiro, visitando de novo o Sul do país que eu tanto gosto, talvez até encontre algumas de vocês que moram nesse paraíso, e como quero iniciar a construção (montagem) em Janeiro, as coisas estão ficando meio que apertadas para mim...

Espero iniciarmos esta empreitada na terceira semana de Janeiro e terminarmos em Fevereiro...

Se tudo der certo, então duas coisas acontecerão:

Vou tentar fechar em regime de permuta uma área para a construção de 50 a 100 casas...

Iniciarei a venda dos kits para construtores.

Organizar essa nova empresa, e colocar tudo em pleno funcionamento deve demorar cerca de um ano...

Com a construção das 50 casas devemos capitalizar o suficiente para iniciarmos o desenvolvimento da nossa casa sustentável...

Essa prazerosa tarefa, irá tomar-nos mais um ano e renderá com certeza muitas e boas estórias...

Depois disso, tentaremos fazer um pequeno bloco residencial de doze apartamentos para vender, usando todo o conhecimento acumulado...

Mas desta vez já serão apartamentos de três quartos, como os previstos na nossa cidade verde...

Esse núcleo quando repetido três vezes dá lugar ao edifício que integra os nossos condomínios da cidade verde...

Talvez a questão do fogão solar, não possa ser desenvolvida de imediato, ficando para mais tarde a sua implantação.

Se tudo correr como o previsto e as pessoas realmente aprovarem o tipo de construção, partiremos então para a construção de um pequeno condomínio com um edifício de 48 apartamentos com uma boa área de lazer e se possível com hortinha e pomar...

Aquecendo os tamboris...

O próximo passo será a construção do nosso primeiro condomínio usando o modelo da cidade verde, com quatro edifícios, grande horta, grande pomar, excelente área de lazer e com todos os aparatos de sustentabilidade em funcionamento...

Se eu conseguir chegar até aqui, vou considerar o meu sonho totalmente realizado...

Mas se forças ainda tivermos, continuaremos e o próximo passo será a construção de um bairro com seis condomínios iguais e o edifício central com supermercado, lojas e salas...

A cidade verde é claro, será o último e derradeiro passo...

Agora vocês podem ver e sentir o porquê do meu estresse com esta pequena casinha...

Ela até pode ser pequena, quase insignificante eu direi, mas os resultados serão realmente muito grandes, pelo menos para mim e para os meus sonhos mirabolantes é claro...


Até breve...



segunda-feira, 24 de outubro de 2011

033 - 2a. Parte - Construindo uma cidade - Começando com uma casinha


Eu sei que estou devendo...

Estou atrasado mesmo, mas agora que a coisa começou a sair do virtual ficou um pouco diferente...

Muitos projetos, muitas coisas para resolver, mas uma coisa é certa, o processo já está em andamento...

Na próxima postagem já teremos muita novidade com certeza...

Me perdoem...

Assim que tiver mais um tempinho responderei a todas(os) vocês...

Beijos carinhosos...

................................................


Minhas queridas (os) leitoras(es): 

Desejo a todos os novos seguidores as boas vindas à nossa Cidade Verde... Sintam-se à vontade para comentar, pois vossas ideias e opiniões sempre serão respeitadas e bem vindas...

 
Engenheiro – Eu tinha dado algumas dicas, mas estava faltando coragem para admitir... rss... Grd Abs...

Oi Vovó de Niterói – Eu sei que meio absurdo alguém sozinho se propor a uma tarefa deste tamanho, mas não custa tentar... Beijos carinhosos...

Flora – Valeu Flora, muito obrigado mesmo atrasados também valem... Grande abraço...

Fernanda – Vai ser uma fase bem diferente, mas espero conseguir formas de vos passar o desenrolar desta novela faraônica de forma a não causar muito tédio... Bjs...

Descobridor – Bem vindo descobridor ao nosso blog... Sinta-se à vontade que só tem gente boa... Abs

Branca nova experiente – Todas as experientes adoram a parte do condomínio... Seja bem vinda Branca ao nosso blog...

Marta de Recife – Essa parte (Há salvação?), é meio pesada, mas depois fica um pouco melhor... rss... Seja bem vinda Marta de Recife...

Henrique e Ana – Valeu Henrique e Ana, muito obrigado... Vamos ver como fica esta nova fase...

Prof. Maria Rosa – Sempre é tempo... Muito obrigado Prof. Maria Rosa... Beijos carinhosos...

Cássia – “portuguesinho sonhador” é pouco... Só louco faria tal afirmação, mas de médico e de louco todos nós temos um pouco... Diz o velho ditado... A Cássia tem toda a razão em duvidar de tal afirmação, eu mesmo duvido, mas não me impede de tentar... Quando chegamos à idade de “jovens dinossauros”, rss, verificamos que realmente as coisas das quais mais nos arrependemos na vida, foram aquelas que não fizemos, ou pelo menos tentamos... Mas já tenho grandes novidades... Os primeiros passos mesmo que sejam de formiguinha, já foram dados... Se eu conseguir chegar a fazer uma casa auto-sustentada, já vai ser fantástico, se conseguir um prédiozinho, será fabuloso, um edifício – inacreditável, um condomínio – beirará o impossível, um bairro – serei considerado um mago e se chegar à cidade será considerado um milagre e com certeza serei canonizado... rss... (brincadeirinha)... E se eu não conseguir nada, pelo menos serei lembrado como corajoso meio louco é clero... Então o que tenho a perder?... Nada... e a ganhar (não monetariamente é claro) – Tudo... Será que não devo tentar então?... Muitos beijos carinhosos Cássia...

Minha querida sobrinha virtual – O fato de eu trafegar por estas matérias, não quer dizer que não seja uma tarefa homérica, quase babilônica que beira o insano... rss... Relativo ao poderoso eu sempre fui – sempre acreditei em mim – esse é o poder máximo que qualquer pessoa pode almejar... Beijos e abraços para toda a família... Ah... e parabéns pela casinha nova...

Marilia RJ – Muito obrigado Marilia RJ... Vamos ver como nos vamos sair, agora não é virtual é para valer... rss... Beijos carinhosos...

Neusa – Pois é faz tempo que não nos visitava... rss... Obrigado Neusa, Beijos carinhosos...

Fabíola – Valeu Fabíola, “brigadooooooooooooo” bjssssssssss

Leitor@extra – Valeu Leitor@extra, muito obrigado pelo incentivo...

Minha querida amiga Laura – É verdade as nossas páginas já fora folheadas mais de 100 mil vezes e 72 países já nos andaram espreitando - até já fomos alvos de hackers – estamos quase ficando importantes... Cuidado com essas gripes e resfriados, especialmente causados pelo descuido no agasalho quando vai procurar a sua querida gatinha... Tome cuidado porque todos nós gostamos muito de si... É verdade a Bia está cobrando a sua maninha, e é melhor ela responder, porque essa minha sobrinha virtual não é fácil... rss... Muitos beijos cheios de carinho...

A M C Leblon RJ – Muito obrigado A M C pelo carinho... Realmente suspense é o que não falta... Até para mim... rss... Grande abraço para si também...

Mãe e professora – Ouvi dizer que está difícil mesmo... Abs...

Clementina – A Clementina sonhou comigo?... Espero que tenha sido um sonho bonito e não um pesadelo... Sim porque se sonhou comigo no nosso condomínio com certeza foi um lindo sonho, mas se foi eu esbravejando contra os combustíveis fosseis e profetizando o fim da nossa civilização por disputas energéticas, com certeza foi um pesadelo e tanto... rss... Muitos beijinhos carinhos Clementina... E continue sonhando que não tem coisa melhor...

Flavinha – Eu sei Flavinha, estou deixando furo direto, mas agora que a coisa saiu do virtual para o real complicou um pouco o meu lado... rss... Mas podem ficar descansadas que nunca esquecerei de todas(os) vocês... E podem (e devem) puxar minha orelha... rss... Bjsssssssssssssssssssssssssssss

Bia – “E onde está a dona Penha?” – Está virando suspense de Agatha Christie... rss... Só que sem assassinato... rss...

Professora aposentada e avó – Muito obrigado pelo sue incentivo e bem vinda à nossa Cidade Verde...

Dora – Que bom Dora que está aproveitando o nosso blog para se atualizar... Obrigado pelo incentivo...

Maria Constança – è verdade entrou vírus mesmo... Estamos quase ficando importantes... rss... Grande abraço minha querida...

Bia – E o mistério continua... Será que a D. Penha foi raptada pelo vírus da cidade verde... rss... Beijosssssssssssssssssss

mãe da Bia – A senhora tem toda a razão, fazer uma cidade sózinho é totalmente impossível ou pelo menos beira a loucura, mas (eu e os meus “mas”), e tal como a senhora diz e muito bem, se for dando pequenos passos pode ser que haja alguma (mesmo que muito remota) possibilidade de chegar a algum lugar (nem que seja na esquina mais próxima)... rss... Na próxima postagem eu direi como estou arquitetando esta loucura... Grande abraço para si também e para a sua linda e carinhosa família...

Bia – E não é só ela... Fica difícil entender este bicho (o computador) na sua plenitude... rss... Bjssssssssssssssssssss

......................................

É aqui que surge algo que só o nosso blog tem... E é assim que eu vejo o episódio, poeticamente falando: 

D. Penha versus Bia...

Calma Experiente versus juventude nervosinha e estressada... rss

E na nossa novela de comentários, eis que emerge novamente de seu reduto a já famosa D. Penha em grande dívida com este blog e que está sendo insistentemente cobrada pela nossa Bia que poderá ser quase considerada “fiscaleza” verde de plantão... rss...

Logo depois e no virar da esquina aparece-nos a D. Clementina, dando força à D. Penha, e lembrando-lhe que será melhor pagar a dívida senão a fiscal de plantão a cobrará ad eternum... (puxa até latim já entrou neste blog... rss...)

Logo seguida da jovem Sara – que adora esta fofoca toda (brincadeirinha) – que estava brigando com os porteiros da nossa cidade verde que não a deixavam entrar, instiga a nossa experiente nesta luta quase titânica de juventude versus experientes... rss...
Aí ela vê que tinha postado em “018 – C.V. – Estabilidade e tranqüilidade – emprego – e meio que descabelada (liberdade poética... rss...) volta à postagem 32 e após confessar sua insanidade momentânea expressa novamente seu apoio incondicional a D. Penha...

Flavinha que acompanhava de longe o episódio profetiza: vamos pegar o sabonete que a D. Penha vai dar banho na gente... rss...

Uma anônima antiga aparece meio que caída de pára-quedas e vê que a “chapa está quente”... rss... E mesmo que meio estarrecida e paralisada fica de olhos esbugalhados presenciando o desfecho de tal homérico evento...

Aí, e cheia de moral pelo massivo apoio político manifestado pelo povo da nossa cidade verde, a D. Penha chega e não só dá banho, como quase afoga a juventude presente em seu discurso forte e contundente cheio de emoção, qual hino à felicidade e liberdade infelizmente interrompida pelo chamamento ao sagrado repasto...

Aí se ouve a voz de Flavinha ecoando por debaixo de uma montanha de sabão – D. Penha arrasou...

Do outro lado e ainda com os cabelos encharcados e golfando alguma água ainda alojada em seus pulmões, eis que surge Bia, meio sem graça e de olhos cabisbaixos, expressa pubicamente a sua derrota e o banho levado... Mas como boa menina que é, se rende à experiente de D. Penha e acabam fazendo as pazes... No entanto Bia deixa escapar que parte da culpa é com certeza do tal “mestre” figura nunca vista que faz parte do folclore local...

E só nessa altura emerge na superfície a Geninha, ainda meio tonta com tamanho banho e também culpa o “mestre” e suas mudanças... rss...

Aí Flavinha reage, chama a atenção da Bia, aproveita e dá a maior força na culpa do místico “mestre”...

É quando aparece a galera da USP e dão uma chupeta para a Bia que não parava de chorar... E também se viram contra o tal “mestre”...

E já no final de tal épico evento, vem a Sofia que cheia de pena de sua amiga Bia a acalenta e reconhece a vitória da experiente D. Penha enquanto que Genilda reconhece a alma poética e sonhadora de sua amiga Penha e Tainá declara que adorou toda a fofoca...

Rss...

E assim termina a grande batalha da Cidade Verde que ainda ressoa em cânticos e cantigas onde felizmente ninguém pereceu, mas alguns quase se afogaram...

E amparados uns pelos outros e lambendo suas feridas os jovens se afastam com mais uma lição aprendida a duras penas... rss...

Mas uma coisa é certa – a culpa com certeza que é do “mestre”... Seja lá ele quem for... Ser vivo ou alma errante, espírito presente ou ser de outra dimensão...

......................................

Marília – É mesmo Marília?... Fico muito contente por isso... Ainda bem que o nosso blog conseguiu ensinar-lhe alguma coisa... bjsssssssssssssssss

Oiiiii nova seguidora do Belém seja bem vinda e obrigado pelo seu comentário...

Professora Célia – Fiquei muito contente do nosso blog a ter ajudado a entusiasmar seus alunos, e muito mais de ver que a ovacionaram de pé... Com certeza que a forma como o transmitiu influenciou muito e esse mérito é todo seu e o bom do conhecimento é que depois de adquirido ele passa a ser da pessoa que o possui sendo independente da fonte... Muito obrigado por compartilhar conosco essa coisa tão gostosa... Abs...

Anônima da filha cheia de vontades – Muito obrigado pelo seu sofrido depoimento e espero que consiga resolver seu difícil problema... Abs

Cassildinha – O mundo está muito rápido sim, e é quase impossível de o acompanhar... Eu prometo que vou voltar ao tema da economia, pois ele é por demais importante e seria bom a juventude que nos acompanha começar a ter noção do que é o mundo... Muitos beijos carinhosos Cassildinha...

Elisa Moura – Muito obrigado pelos incentivos Elisa Moura... Mas (lá vem o “mas” do costume...rss...) você tem toda a razão, eu estou com dificuldade de postar e peço imensas desculpas... O virtual e digial é bem mais fácil que o analógico e real... rss... Abraço carinhoso...

Roberta MS – Valeuuuuuuuuuu... Será que vamos conseguir?... Bem pelo menos já tenho algumas boas notícias para vos passar na próxima postagem... O suspense continua... rss... bjssssssssssssssssssssssssssss

Mãe da Bia – Nós é que agradecemos o fato de ter educado tão bem a sua filha que a transformou nessa doce criaturinha que todos nós adoramos... Grande abraço e beijos carinhosos para toda a família...

Clementina – É verdade a Ellenzinha veio passar o dia conosco... Foi uma farra só... Suponho que nunca mais esquecerá esse dia... É muito bom quando conseguimos implantar boas memórias nas crianças...

Estudante de direito – Valeu... Abs

Bárbara Gomes – Tudo bem, sempre que vir que o final de semana for chuvoso eu vou postar... rss... Me desculpa Bárbara eu demorei demais sim... Vou tentar me policiar e organizar também é claro...rss... Grande abraço para si também...

Sua fã da Bahia – Vejam só, basta uma me puxar a orelha que logo fazem fila... rss... Vocês têm toda a razão... Foi mal... Bjssssssssssssssssssssssssss

Flavinha – Até você Flavinha... rss... bjssssssssssssssssssssssssssssssssss

Mariana de S G (o condomínio) – Oi vizinha... Minha esposa comentou do vosso papo no sacolão... Que bom que gostou, seja bem vinda à nossa Cidade Verde... Grande abraço...

Mariana de SG (energia acabar 2059) – Maior parte de nós não faz idéia da real situação e o pior é que os meios de comunicação que têm por obrigação de nos alertar não o fazem direito... Abs

....................................................

Começando por uma casinha...


Mas afinal qual o real problema da construção civil?




Ela é tão variada, são tantas as áreas por onde ela trafega: alicerce, alvenaria, esquadrias, instalações elétrica e hidráulica, laje, telhado...

Por onde começar nessa amálgama?





Afinal porque demora tanto a construção de uma casa?...

Vamos analisar uma casa simples...

Aquela casinha que todos gostaríamos de poder ter quando casamos...

Dois quartos, um banheirinho, uma salinha e uma cozinha...

É só isso que qualquer casal, quando não deslumbrado, almeja quando se casa...


É claro que se ela for muito bem acabadinha, com umas cores claras e umas jardineiras externas, aí já vira aquela casinha dos sonhos pelo qual todas as jovens se encantam...

Eu sempre digo aos meus clientes construtores:




Casa quem compra é a mulher...


        E depois completo: 


E quem paga é o homem...





Isto simplesmente porque para maior parte dos homens a casa se resume ao lugar da tevê com um bom sofá e a localização da geladeira (frigorífico em Portugal) principalmente nos dias de futebol para tomarem aquela cervejinha bem gelada...

Já para a mulher, a casa é o seu habitat... 

                                   É onde ela se encontra... 

                                                         Seu território dominante...

Por isso que quando ocorre a separação, na grande maioria dos casos, a mulher fica com a casa e o homem se vira num quarto emprestado de seu melhor amigo, rss...

É claro que o fato da mulher também ficar com a guarda das crianças, quando as têm, também interfere muito nessa decisão...

Voltando...


Agora que já sabemos qual o tipo de casa que vamos analisar, poderemos então verificar onde ocorrem as maiores perdas de tempo, de energia e de materiais...

Acabei transformando essa análise em uma pequena crônica bem humorada bem no estilo do nosso blog, já que ninguém agüenta falar de concreto... rss...

........................................

Vamos construir a nossa casa...

Após a compra do terreno e de longas discussões com o arquiteto, o projeto finalmente é aprovado pela prefeitura e está na altura de se iniciar a obra...

Euforia total...

O pedreiro mais famoso do bairro, logo é contratado...

Primeira fase: Alicerce

Uma casa sempre se inicia por aí...

Todos nós sabemos que sem um bom alicerce, toda a casa rui...


O pedreiro anuncia que vai começar a fazer as sapatas...



O lindo terreno logo vira um campo de batalha, onde parece que trincheiras estão sendo escavadas...

Buracos e montes de terra por todos os lados que logo viram um lamaçal nas primeiras chuvas...

Depois de encher aqueles buracos com montanhas de concreto e ferro, começam a surgir valas para as vigas de onde nascerão as paredes...

É uma fase que demanda grande esforço físico e que demora um pouco, em duas semanas está terminada e aterrada de volta, ou seja, todo aquele esforço e aquela montanha de materiais, simplesmente nunca mais se irão ver, e parece que nada foi feito...








Apesar de ter havido alguns desaparecimentos de material e dias terem sido perdidos por falta do pessoal – em especial nas segundas-feiras quando o flamengo vencia, mas nesta altura os ânimos ainda estão bons e se aceita com certa tranqüilidade tais desventuras...



Entramos na segunda fase: Alvenaria...






 Esta é a melhor fase da obra...

Um pequeno cheque e um caminhão carregado de tijolos logo chega na obra...

Uns metros de aréola e alguns sacos de cimento e temos todo o material necessário para esta fase...

Dois a quatro dias depois, já podemos ver a nossa casa de pé...

O sonho começa a tornar-se realidade...

Não dá para entender porque todo o mundo fala que obra é um horror, blá, blá, blá, e com meia dúzia de tostões gastos e ela já nasceu...

E está uma beleza...

A minha obra vai com certeza ser muito diferente dessas obras que as outras pessoas fazem...

É certo que uma ou outra parede não parecem estar muito direitas...


Descobri depois que advinham de uma comemoração de vitória do campeonato regada a muita cana e a frase mágica de qualquer obra surge – não se preocupe sai na massa...

O pedreiro até já me disse para encomendar a laje...

Que amanhã já vai começar a fazer as cintas (vigas)...

Acho que vou mudar de profissão... Afinal é muito fácil e rápido...

O pedreiro diz-me que é necessária mais tábua, pregos, arame queimado, etc...

Mais tábua?... Que aconteceu aquele montão que comprei há três semanas e me custou uma nota preta?... – indago eu...


Ele aponta para um monte de sarrafos, e diz que o resto ficou debaixo da terra...

Lembro-lhe que a tábua de obra está muito cara e peço para ter o máximo de cuidado...

Uma semana depois a cinta está pronta e a laje chega na obra...

É verdade que custou caro, mas com certeza vai ficar uma “belezura”...

Mas mais más notícias chegam...

É necessário mais madeira...

- Mais madeira? Pergunto eu apontando para um monte de tábuas ainda em relativo bom estado...

- Não é tabua, esclarece o pedreiro são estacas para segurar a laje...

Ah... Agora até levei um susto...

Mas vamos necessitar também de mais ferro, areia, cimento, pedra e de contratar uma pequena equipe para ajudar a encher a laje...

Os números são de assustar...

Tanta coisa só para essa pequena laje?...

- E essa equipe não está cara demais?... Indago eu estupefato...

São pessoas contratadas só para essa tarefa que é bem árdua e ainda vai ser necessário contratar um bom mocotó regado a muita cerveja e uma caninha para comemorar o evento... Esclarece o pedreiro...

Mas que evento... Isso vai-me custar uma pequena fortuna e estou-me a afastar do meu orçamento, mas tudo bem...

- Trate então disso, cedo no final sem conseguir ver qualquer outra alternativa...

Saio coçando a cabeça, pois aquela montanha de dinheiro que eu achava que tinha, virou um pequeno morro e em vias de extinção...

Três dias depois, no sábado, a laje foi finalmente cheia... 

Um marco significativo na obra foi concluído...

Estou quase duro, mas todo orgulhoso, mas também agora só falta um pouco...

O pedreiro se despede e chegou a altura do bombeiro e do eletricista entrarem em ação...

Chegamos à altura das instalações – elétrica e hidráulica – A terceira fase...

Após contratar os profissionais quando volto no final do dia, fico apavorado...

Eles estão destruindo tudo o que foi feito...

Rebentando tudo e até vejo alguns buracos nas paredes.

As vigas e a laje também não foram poupadas...

Uma poeirada só...

O entulho se acumula por todos os cantos da obra e me pedem um ajudante para retirar todo aquele lixo...

É aqui que a obra começa a perder o seu encanto...

Todos os dias os ditos profissionais, aparecem com uma nova lista de materiais e a obra pára constantemente pela falta daquele joelho, junção, a cola que não deu, etc., etc., etc....

É um corre-corre à loja da esquina, que por acaso só vende as coisas quase ao dobro do preço... Qualquer um fica estarrecido...

O orçamento estoura, e agora a obra está mais parecendo cenário de guerra...

Furos e remendos por todos os lados, só falta o sangue das vítimas...



Muito embora eu considere que tenha sangrado quase até à morte quando o dono da loja da esquina me enfiou a faca toda, naquela conta que arrepiou até o cabelo inexistente da minha careca reluzente...

É nesta altura que você se relembra da sua esposa dizendo:


Amorzinho podíamos comprar a casa que fulaninho acabou de pôr à venda, só está precisando de uma reforminha...

E você arrogantemente respondeu:

- Querida, eu estive fazendo uns cálculos e com metade daquele dinheiro podemos fazer a casa dos nossos sonhos e ficar sem aquela prestação toda durante os próximos 30 anos...

Imagine só o que a sua mulher, e a sogra é claro, vão dizer se virem a obra neste estado de calamidade pública...



E como elas vão reagir ao saberem que o dinheiro acabou de acabar?...

Até as casas da favela da Mangueira estavam em melhor estado mesmo depois de todos aqueles tiroteios...

Bom, foram-se os anéis, mas ficaram os dedos...

É verdade, e eles vão ser muito necessários para preencher umas promissórias lá no banco...

E duas a três semanas se passaram...

Bem, depois de ter ouvido algumas frases bem desconfortáveis de minha esposa, o dinheiro voltou à conta e está na hora de continuar a empreitada...

Entramos na 4ª fase da obra: Telhado e emboço...

O preço da madeira está pela hora da morte, parece que estão vendendo das ultimas árvores da floresta amazônica para justificar tamanho descalabro...

Quando cotei o telhado me preocupei com as telhas, mas parece que a madeira também conta muito...

E ainda por cima tem que ser imunizada e ter vinda de fontes sustentáveis...

Eu nunca tinha ouvido falar dessas coisas...
Madeira é madeira, corta a árvore, faz tábua e pronto... 

Porque tanta frescura?


Deve ser só para poderem pedir essa fortuna...

E tudo isso vai ficar escondido por de baixo do telhado, acho que vou pedir para vir com etiqueta para deixar do lado de fora para todo o mundo ver que a minha madeira é nobre e tem pedigree...

Uma semana se passou, a estrutura está pronta e cerca de 30% daquela rica madeira jaze em pequenos sarrafos espalhados por toda a obra...

Será que o profissional não sabe o quanto cara e nobre é aquela madeira?...

Chegam as telhas e logo uma quizília se levanta... O profissional diz que não vão chegar...

Eu afirmo que os cálculos estão bem feitos, eu multipliquei a área do telhado pelo rendimento por metro quadrado e ainda arredondei para cima...

Mas ele afirma que não foi considerada a inclinação e das perdas resultantes dos cortes...

Me pede mais 20%, mas só compro 10... Achando que ainda irá sobrar muito...

Passados 5 dias de uma poeirada infernal e do lixo ter atingido o seu ápice, não dava mais nas 5 caçambas que havia contratado para a obra, vejo que ainda vai faltar bastante telha e pelo vistos os 20% pedidos ainda eram conservadores, e mais 15% tiveram que ser pedidos, que saíram bem mais caros devido ao transporte extra e à urgência solicitada...

Mas o telhado ficou lindo... Um primor...

Os homens do emboço chegaram e estão cheios de vontade de iniciar a obra...

Pedem um caminhão de aréola e um montão de sacos de cimento...

Eu afirmo que pelos meus cálculos vai sobrar muito material, e aí eles perguntam se eu contei com das perdas da aréola resultantes do peneirar e das perdas naturais do emboço...

Eu não entendi muito bem essas tais “perdas naturais do emboço”, mas acedi muito contrariado é claro, ao pedido dos materiais...

Meu Deus a obra virou um inferno... Massa por todos os lados... E no final do dia eles ainda despejam o que sobra num canto qualquer...



Chegaram ao cúmulo de reivindicar um aumento da empreitada, ao me mostrarem a falta de prumo e de esquadro que havia nas paredes...

Em alguns casos, foi necessário colocar até pedaços de tijolo e deixar puxar para o dia seguinte, isto quando não jogavam cimento puro na massa para ele puxar mais rápido... Só de ver eu passava mal...

Agora eu entendia o verdadeiro significado da frase – sai na massa...


O único problema é que era uma “massa” de dinheiro que ficavam naquelas paredes...

Vivendo e aprendendo... 

Aquela comemoração regada a cana, estava-me ficando muito cara e ainda por cima o jogo tinha sido contra o meu Vasquinho que foi trucidado e mais uma vez tinha ficado com o pouco honroso título de vice...



Eu confesso que também tinha tomado umas cervejinhas, mas foi para esquecer...

Quatro semanas se passaram nesse inferno quase dantesco, e depois de ser obrigado a pedir mais 30% de material – agora eu já sabia o que eram as tais perdas do emboço – a empreitada chega ao fim...

Maior parte do dinheiro do empréstimo já tinha ido embora, mas pelo menos aquele aspecto “favelar” tinha desaparecido e algo parecido com uma casa começava a emergir...


Agora faltava muito pouco, só os acabamentos...

Avisam-me para fechar a obra, colocar as portas e janelas, para evitar invasões...

Nunca tinha pensado nisso, mas vi lógica na afirmação...

Mais um pequeno emprestimozinho e compro o material... Aduelas, alisares, portas e janelas...

Essa doeu...

Chamo o profissional, e depois de alguma discussão conseguimos chegar num patamar de entendimento... O problema é que tal patamar ficou bem no final da minha parca escada financeira...

Muito mais alto que eu havia imaginado...

Eu não sabia que esses profissionais ganhavam tão bem... 

Pelos vistos bem mais do que eu...

No dia seguinte, me aparece com uma lista de material necessário e me informa que todas as aduelas têm que ser trocadas, pois as paredes estão com espessuras diferentes...

Essa eu não esperava, e entre transporte e aduelas personalizadas, lá se foi novamente o meu orçamento para as “cucuias”...

Ainda por cima tive a infeliz idéia de levar a minha mulher para me ajudar a escolher as ferragens para a casa, a sogra veio junto é claro para opinar também, e nem discussão pôde haver...

Mesmo depois de terem escolhido maçanetas três vezes mais caras que o meu orçamento permitia, eu ria só pensando na cara do meu gerente de conta quando na segunda-feira lhe fizesse mais uma visitinha...

A primeira prestação venceu e eu tive de começar a ir de ônibus para o trabalho... Ou era isso ou a cervejinha...

Mas tudo bem, quando as portas e as janelas foram colocadas já podíamos chamar de casa, em vez de obra...

É claro que o vidraceiro também teve que ser chamado, mas embora não o tivesse considerado no meu orçamento, o rombo não foi muito grande...

Tinha chegado à altura de colocar o piso e azulejo, mas desta vez eu já sabia o que fazer...

Em vez de levar a minha mulher até à loja, onde os preços podem atingir facilmente os píncaros do Himalaia lá no Tibete e nem o Dalai Lama me salvaria, eu peguei em algumas amostras bonitinhas mais ou menos dentro do meu orçamento e levei para casa para mostrar à minha mulher...

Fiz pressão para ela escolher naquela noite com receio dela querer ir à loja e no dia seguinte fechei em 24 vezes com um pequeno jurinho exorbitante, mas numa prestação que dava para encarar desde que deixasse de almoçar fora nos finais de semana...

A massa de assentar, que eu nem sabia que existia, também me deu um bom rombo no orçamento, mas nesta altura do campeonato, eu já estava muito além de Marraquexe e anestesiado contra essas pequenas nuances...

Dia e noite e noite e dia eu só pensava no final da obra... Já tinha virado uma obsessão... Até estava emagrecendo...

Estava custando a adormecer e acordava sobressaltado suando frio no meio da noite quando no meu pesadelo mais uma infinita lista de material me era apresentada...

Fortes olheiras se faziam presente... 

No trabalho todo o mundo pensava que o meu casamento não ia muito bem e eu não tinha a coragem de contar a verdade depois de me ter fanfarronado tanto com a calmaria da minha obra...

Estava na altura de contratar o ladrilheiro...

Eu nem coragem tive de encará-lo nos olhos e senti um pontada no coração quando ele finalmente revelou o seu número fatídico...

Argumentou que a obra não estava no esquadro e que ainda ia ter que refazer alguns emboços em paredes que não estavam no prumo...

Meu Deus... Essa obra não fica no prumo nunca?...

Chego a sonhar com o alicerce cedendo todos os dias tornando isso possível...

Só assim se pode explicar aquela constante falta de prumo que todo o mundo reclamava...

Eu em vez de perder toda a minha juventude estudando, queimando pestana, devia ter aprendido a colocar piso...

Aquele valor era um ultraje...

Mas eu sabia que de nada adiantava espernear e acabei fechando sem sequer reclamar...

Não disse nada em casa e tive mais uma conversa pouco amistosa com o meu gerente de conta...

Tornei-me abstêmio... Cervejinha, nunca mais pelos próximos 5 anos...

E talvez fosse melhor vender o carro, pois também não ia haver mais dinheiro para gasolina...

As senhoras adoraram quando viram todo aquele brilho e a casa quase limpa...

Agora era só uma mão de tinta e podíamos mudar...

O fim estava finalmente à vista...

Até comecei a dormir um pouco melhor...

Chamei o pintor e pedi-lhe o orçamento...

Uáu... Ele deve achar-se um Michelangelo...

Eu chego a dizer-lhe que são simples paredes e que estão bem no prumo...

Aí ele começa a falar de primário, massa corrida, lixar parede, envernizar rodapé, portas e janelas... E não parava de falar até que eu o interrompi concordando com aquela blasfêmia...

Munido da imensa lista de materiais que ele me havia passado, passei numa loja de materiais de pintura... Uma lata de tinta estava custando quase tanto quanto o caminhão de tijolos do inicio da obra...

Vi que teria que fazer mais uma visita ao meu gerente do banco...

Assim que entrei e já me olhou de lado, sinalizando que nada mais podia fazer...

Mas eu não lhe dei confiança e fui direto ao gerente da agencia que depois de muita conversa, lá me concedeu esse ultimo sopro para pagar ao pintor...


É claro que não lhe falei das outras prestações que ainda não tinham começado a vencer senão ele nunca teria cedido...

Finalmente a casa está pronta... Quase um ano se passou... O pior ano da minha vida... O sonho tinha virado um grande pesadelo...

Mas até que ficou bonitinha... Mas outro problema logo desponta:

Minha mulher bate o pé dizendo que não podemos levar os nossos cacarecos para a casa nova...

Alega que é como se colocássemos um vestido sujo e cheio de pó depois de termos tomado aquele banho...

- Que dirão os vizinhos se virem o nosso sofá todo arranhado pela gata?... Nem pensar...
- Se vira... Ninguém mandou fazer casa nova...

O meu coração quase não agüenta...
Vendo o carro e faço mais umas prestações na loja de móveis...

Foi-se o carro, mas ficaram-se as pernas...

Bem, o final da estória foi o seguinte:

Acabei hipotecando a casa para pagar todas as dívidas e transformá-las num crédito habitacional pagável dentro do nosso orçamento e em trinta longos anos...


 ... E concordando que foi uma experiência muito difícil, quase direi traumatizante, mas pelo menos deu para continuar tomando a minha cervejinha no final de semana e quando me aposentar teremos a nossa casa e sem preocupações com o aluguel...


............................................


Eu sei que muitos dos jovens se estão rindo enquanto que os mais experientes estão recordando a sua própria experiência traumatizante... rss...

E o pior, é que mesmo para os construtores as coisas não são muitos diferentes... O caos é uma constante...





Então, como resolver tamanha anarquia?...

Haverá realmente alguma possível solução para o caos?...